domingo, 3 de julho de 2011

Estrelismo é o principal inimigo da Seleção Brasileira

A Seleção do Mano Menezes é superior a do Dunga, eu não tenho dúvida disso.

A maioria dos jogadores que jogavam na defesa e no ataque foram substituídos por outros superiores, e os que foram mantidos continuam na vaga por mérito. O meio-campo, na minha opinião, ainda é o setor mais deficiente dessa nova geração, mesmo com o retorno de Ganso.

Mesmo em baixa, ainda acredito que Kaká ou Ronaldinho Gaúcho fariam melhor esse papel de camisa 10. O Ganso joga muito, mas tenho achado ele pouco ofensivo ultimamente.

Mas se os jogadores são melhores, por que os resultados vem sendo tão frustrantes?


Como não sou crítico e não tenho muito (pra não dizer quase nenhum) conhecimento técnico, eu invisto em uma explicação mais simples; o problema é o estrelismo dos jogadores.

A falha de Dunga em não ter jogadores badalados pela torcida na seleção acabou sendo sua grande vantagem. Sem grandes estrelas no time, a seleção era muito pouco assediada e, portanto, a pressão era menor do que atualmente.



Eu aprecio o papel da impressa pra sociedade, sem a informação que recebemos dia-a-dia o mundo seria muito atrasado. Mas a impressa ultimamente tem feito muita cagada. Não sei se é falta de acontecimentos grandes que causa a escassez de conteúdo, mas é muita besteira que eu tenho lido, ouvido e visto em jornais e outros meios de comunicação. No futebol principalmente.

Em tudo quanto é programa de futebol só se fala as mesmas asneiras: 'Neymar é foda!', 'Ganso e Neymar vão arrasar juntos pela seleção?',  'Neymar pinta o cabelo de Loiro', 'Robinho faz penteado a la Pelé', ... Entre outras bobagens.

É muita matéria desnecessária, é muita pergunta óbvia; Estatísticas imbecis: 'Robinho faz 1 ano sem marcar pela seleção', 'A seleção vai vingar a derrota da Holanda?', 'O Brasil não vence a França há 19 anos'; O Brasil só enfrentou a França 4 vezes em 19 anos, caralho!

E ainda tem as comparações: "Neymar vai superar Messi?', 'Pato vai substituir Ronaldo?', 'Ganso é o novo Pelé?'. É assustador o quanto a impressa é pretensiosa!



Com essa tempestade de besteirol, acaba-se criando uma expectativa anormal na massa de torcedores, que contagia a todos.

Aí vem as mídias sociais pra agravar o problema, fazendo o 'vírus' se espalhar Brasil e mundo afora.

Jogadores assistem jornais e tem twitter. Os jogadores são pressionados diariamente sem piedade. A seleção em sua maioria jovem, os jogadores são vaidosos, exibicionistas, gostam de ouvir a torcida gritar seus nomes, de serem chamados de lindos (injustamente) pelas piriguetes de plantão, de ouvir a torcida gritar 'Olé' e aplaudir um drible que da certo; e na tentativa de manter ou superar a expectativa da massa, os jogadores se tornam mais individualistas e imaturos dentro de campo, tentando chamar a atenção pra si.

As pessoas tem o estranho hábito de responsabilizar técnicos por resultados ruins, mas quem erram são os jogadores.

O máximo que o treinador pode fazer é ter bom senso em convocar os jogadores certos, organizar o time taticamente e tentar ensinar alguns macetes pros jogadores. Na hora do jogo, quem precisa correr atrás do Gol são os jogadores. Se o jogador perde uma finalização ou erra um passe, não foi por culpa do técnico, e sim por incompetência dele.




Resumindo o raciocínio, acompanhei todo os jogos da seleção desde que Mano assumiu e o Brasil foi superior em TODOS eles. Os resultados não são de encher os olhos, mas se pararmos pra analisar friamente o Brasil só perdeu 2 jogos, levando 1 gol em cada derrota, que ocorreram diretamente por falhar individuais. A torcida tem que cobrar resultados sim, lógico, mas tem que parar de encher a bola e supervalorizar os jogadores desnecessariamente.

Os jogadores são bons. A gente sabe disso, eles sabem disso, então vamos deixar eles jogarem bola com menos aporrinhação. Isso faria muita diferença.

Fotos: Reuters

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